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KAIRA LOORO|ARCHITECTURE COMPETITION: PEACE PAVILION

Kaira Looro - Competição de Arquitetura: Pavilhão da Paz
|Uma arquitetura que representa a paz, uma palavra multiconceitual, do qual cada lugar, comunidade ou pessoa atribui um significado de acordo com seu modo de viver e contexto, é um desafio que requer delicadeza, cuidado e respeito diante das decisões projetuais, lembrando sempre que a paz é coletivo e não indivíduo. O usuário aproveita o promenade em seu próprio tempo, apreciando os espaços, refletindo, se conectando com as divindades, consciente de sua própria existência e sobrevivência, mesmo depois de tantas guerras e conflitos. A proposta não busca revolucionar a realidade do povo do Senegal, mas tem a intenção de evocar e compreender o passado, viver o presente e propagar a esperança no futuro|
O percurso inicia com a entrada do usuário em um espaço de exposição permanente, a um metro abaixo do nível do solo, conduzido por uma parede vazada que representa marcas de tiros de guerra, de forma que remeta a uma percepção de que todos foram atingidos pelos conflitos independente de quem sejam.
A exposição permanente é apresentada em um painel curvilíneo montado com pedaços de bambu com diferentes alturas, onde estarão dispostos os documentos, fotos e demais arquivos relevantes sobre os conflitos. Esta área, rebaixada, opressiva, soturna, propicia o ápice da elucubração acerca dos conflitos, suas causas e consequências, como meio de conectar a pessoa aos tristes acontecimentos que anteriormente afligiam o local e seus moradores.
A ascensão começa de forma sútil, pela condução através de uma rampa ao espaço seguinte, destinado a exposições temporárias. Um recinto livre para que ocorra apresentações variáveis. A rampa se comporta de forma concomitante ao formato do pavilhão, induzindo o visitante a admirar a atmosfera exterior, bem como, a paisagem, tendo um momento de respiro entre as exposições de caráter tenso, onde após é direcionado ao próximo patamar, um espaço de sensibilização, para refletir sobre o que foi visto e a situação atual, tecidos descendo das treliças das coberturas, um espaço de paz, felicidade, de pensar no futuro. Apto do mesmo modo a abrigar exposições temporárias é, além disso, através deste que acontece o acesso ao local para encontros e seminários, um ambiente com vista para o rio Casamance.
O processo construtivo foi pensado para que envolvesse a comunidade no seu desenvolvimento, por isso o projeto aplicou técnicas de baixo custo para que a própria mão de obra local seja empregada, instruindo o povo com técnicas de refinamento dos materiais locais para que aconteça um aprimoramento e zelo na construção, fortalecendo o senso de pertencimento da população perante o pavilhão.
Desde a fundação zelosamente medida e moldada artesanalmente, o levantamento das paredes com tijolos originados de laterite moldada a mão, as treliças de madeira local, a cobertura com telhas de red clay e até os detalhes das aberturas, tudo pensado para que não só o resultado final fosse esteticamente satisfatório, mas bem como o processo fosse agradável e único.
O projeto foi pensado como uma sucessão de imersão e ascensão, proporcionando ao usuário a clara sensação de mudança entre os espaços. Cada recurso utilizado busca potencializar os sentimentos acerca do passado, presente e futuro. Este amplo local, com a tranquilidade da vista proporcionada pelo Rio Casamance, o jogo de luz e sombra criado pela inclinação dos pilares de madeira que sustentam a cobertura, unidos para criar um espaço de tranquilidade e contemplação. Abaixo do espaço de encontros, um local para sentar e refletir, complementa este espaço sacro e importante.o projeto foi pensado como uma sucessão de imersão e ascensão, proporcionando ao usuário a clara sensação de mudança entre os espaços. Cada recurso utilizado busca potencializar os sentimentos acerca do passado, presente e futuro. Este amplo local, com a tranquilidade da vista proporcionada pelo Rio Casamance, o jogo de luz e sombra criado pela inclinação dos pilares de madeira que sustentam a cobertura, unidos para criar um espaço de tranquilidade e contemplação. Abaixo do espaço de encontros, um local para sentar e refletir, complementa este espaço sacro e importante.
O espaço de seminários comporta cerca de 25 pessoas confortavelmente, para que possam assistir palestras, discutir, estudar, compartilhando uma linda vista para o rio mais importante a sua direita e em outra hora do dia desfrutando das diferentes desenhos de sombras criados pelo sol. Depois de subir até este patamar mais alto, é primordial descer e entrar em um recinto para contemplação e oração, o momento de dedicar um tempo às vítimas inocentes perdidas nos conflitos da região, e até de outras regiões, que aconteceram ou ainda estão acontecendo, de rogar às forças superiores, independente de crença, pela permanência e ampliação da paz no país e no mundo. Espaços para depósito e escritório também foram pensados de modo que prezassem pela privacidade e aproveitamento de espaços. A partir dali, o visitante se encontra em um corredor de cobertura circular e parede fragmentada, que conduz em direção aos campos de arroz, através de um piso de pedra recortado, complementando a sensação de continuidade.
Todos os elementos serão moldados, individualmente, pelas mãos habilidosas dos senegalenses no próprio canteiro de obras, proporcionando uma construção limpa, sustentável e bem executada. Cada pedaço contará uma história e estará intimamente ligado com as pessoas, suas músicas, danças e costumes. O pavilhão será reflexo da alegria, força, respeito e sociabilidade do povo.
O b r i g a d a !
KAIRA LOORO|ARCHITECTURE COMPETITION: PEACE PAVILION
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Competição de Arquitetura para proposta de um Pavilhão da Paz em Kaira Looro. O lugar teria que servir à comunidade e englobar funções de contemp Read More

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