Conheço-te com a palma da mão
Lã e sisal queimado
50x50x90cm
Lã e sisal queimado
50x50x90cm
A exteriorização do self é uma constante metamorfose. Surge da minha necessidade de concretizar um sentimento e apelo ao sensorial para conseguir transpor fielmente a minha experiência ao espetador. É importante não desenvolver um corpo que se associe a imagens reais, pois, é também um objetivo apelar ao imaginário.
O sentido visual é considerado o mais dominante, mas não abraça com força suficiente o espetador. Para o envolver mais intensamente na experiência é necessária a estimulação multissensorial. Neste trabalho apelo à visão háptica, onde transmito o calor, o conforto e o aconchego visual através da lã, sem ser exigido o toque. A textura, o detalhe e a disposição no espaço garantem a aproximação do espetador. O sentido olfativo, sendo o nosso sentido mais persistente, vem contrastar as sensações visuais por não corresponder ao conforto que a visão háptica confere.
Este corpo nasceu à procura de tratamento, mas não da cura. Da necessidade de exercer uma ação terapêutica contínua. Tentei materializar o meu avesso e este é tão presente que se tornou real.
Penso que ainda se está a tratar, mas fá-lo sozinho.
